Hirsutismo: tratamento e causas

Hirsutismo: tratamento e causas
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Hirsutismo é a condição que faz com que o pelo cresça de forma excessiva em zonas do corpo onde não deveria existir. É uma patologia que afeta, principalmente, as mulheres, cujo crescimento piloso segue o padrão masculino como, por exemplo, nos lábios, nas patilhas, no queixo, nos mamilos, no peito, nas costas ou nas coxas. Contudo, esta não é uma condição exclusivamente feminina, já que também pode afetar homens (embora seja menos frequente).

De origem maioritariamente genética, esta alteração no crescimento do pelo corporal costuma ser provocada por uma alteração nas glândulas como a hipófise ou a as glândulas suprarrenais, o que provoca uma produção de esteroides excessiva, implicando características masculinas.

No seguinte artigo do ONsalus, falaremos sobre o hirsutismo: tratamento e causas para que você possa diagnosticar a origem e determinar as melhores soluções para o seu problema.

Hirsutismo: causas

O hirsutismo é, numa primeira análise, uma questão de herança. Existem famílias cujos membros possuem uma predisposição genética para sofrer do excesso de pelo. Do mesmo jeito, questões como o peso, o metabolismo ou o grupo étnico podem ter influência. O hirsutismo é mais comum nas etnias ocidentais do que em mulheres asiáticas, por exemplo.

O hirsutismo costuma ser manifestado a partir da adolescência, piorando com o passar do tempo. É habitual que, à medida que a pessoa envelhece, o crescimento piloso vá aumentando.

Generalizando, o hirsutismo é provocado por um aumento da produção de esteroides androgênicos, mas o que faz com que isso aconteça? Em seguida, explicamos algumas condições e doenças que podem provocar hirsutismo:

  • Síndrome de ovário policístico: Embora muitos aspectos sobre os ovários policísticos ainda sejam desconhecidos, sabemos que surge na puberdade e provoca uma carência no desenvolvimento dos folículos ováricos. Por sua vez, isso provoca anovulação e uma produção excessiva de andrógenos.
  • Hirsutismo idiopático: provocado por uma maior sensibilidade da derme aos estrógenos e de causa genética, faz com que o número de folículos pilosos seja muito mais elevado do que o normal. Também surge durante a puberdade mas, ao contrário de outros casos de hirsutismo, não provoca mudanças nem alterações na menstruação, fertilidade ou hormônios.
  • Hiperplasia suprarrenal congênita: é uma alteração congênita das glândulas suprarrenais. Nestas glândulas, são criados e segredados hormônios como o cortisol ou os hormônios sexuais. Nas pessoas que sofrem deste transtorno, não é criada quantidade suficiente de aldosterona ou cortisol e, ao invés, o andrógeno é segregado em excesso, provocando assim as características masculinas.
  • O hipotiroidismo: o hipotiroidismo também pode provocar hirsutismo. Isso acontece porque esta alteração da glândula tiroidea diminui a quantidade de proteínas transportadoras de testosterona no organismo. Este desequilíbrio faz com que a testosterona aumente, manifestando as características andróginas.
  • Síndrome de Cushing: é um transtorno de origem hormonal provocado por uma exposição ao cortisol alto repetida ao longo do tempo. O cortisol é uma hormona segregada pelas glândulas suprarrenais, mas também pode ser ingerida através de medicamentos para tratar problemas inflamatórios. Alguns tumores também podem provocar um aumento do cortisol.
  • Ingestão de medicamentos: como a testosterona, esteroides, glucocorticoides ou danazol.

Hirsutismo: sintomas

O hirsutismo é provocado por um aumento dos hormônios que marcam as características androgênicas, sendo que esta elevação pode afetar diferentes tecidos do corpo. Estas mudanças no corpo provocam os seguintes sintomas:

  • Acne.
  • Aumento do sebo no cabelo.
  • Alterações na menstruação, assim como amenorreia ou ausência da mesma.
  • Alopécia ou queda de cabelo com padrões similares aos do homem.

Embora sejam menos frequentes, o hirsutismo pode provocar outros sintomas como:

  • Tom de voz mais grave,
  • Desenvolvimento muscular excessivo.
  • Hipertrofia de clitóris.
  • Desfeminização, por exemplo, involução do desenvolvimento do peito.

Hirsutismo: diagnóstico

Existem 4 medidas básicas que o médico deve ter em conta para diagnosticar o hirsutismo:

  • Primeiramente, é conveniente avaliar o historial clínico do paciente para poder determinar o aparecimento e progresso das alterações com detalhe. É, por exemplo, imprescindível saber a data em que começou a crescer o pelo, o momento em que o acne começou a brotar ou o momento em que o cabelo começou a cair. Do mesmo jeito, é essencial saber, por exemplo, se a menstruação foi regular e em que períodos desapareceu.
  • Depois da exploração, se houver suspeita da presença de hiperplasia suprarrenal, deve ser feito um exame com Synacthen, um teste de estimulação das glândulas que serve para determinar qual é o seu funcionamento.

Hirsutismo: tratamento

Existem diferentes medidas físicas, de caráter mais cosmético ou estético, que podem ser usadas para dissimular os sintomas desta alteração. Embora não evitem nem tratem a causa principal ou a raiz da doença, em alguns casos em que o tratamento farmacológico é inviável, podem ser uma boa forma de tratar os sintomas do hirsutismo:

  • Eletrólise: Através de uma corrente elétrica, os folículos são eliminados de forma permanente, fazendo com que o pelo não volte a crescer. No entanto, este método é bastante caro e, em alguns casos, pode provocar cicatrizes, inflamação e vermelhidão na derme.
  • Depilação laser: através deste método, podem ser eliminados pelos escurecidos pela melanina, o problema é que não é útil para pelos loiros ou ruivos.
  • Lâmina: é uma medida temporária, mas pode criar a ilusão de que o pelo cresce cada vez mais grosso.
  • Depilação: quer seja com químicos ou com cera, a depilação é segura e econômica, mas pode provocar irritação em alguns casos.

O ideal, nos casos em que é possível, é combinar estas medidas mais estéticas com um tratamento farmacológico que visa tratar a condiç4ao subjacente que está provocando o hirsutismo. No entanto, antes de iniciar o tratamento, tem uma série de alterações no estilo de vida e na saúde que são essenciais para melhorar os sintomas. É essencial baixar de peso e eliminar o excesso de gorduras de modo a reduzir os fatores que aumentam o hirsutismo. Uma vez conseguido isso, podem ser iniciados tratamentos diferentes:

  • Em caso de hiperplasia suprarrenal, pode ser iniciado um tratamento com corticoides.
  • Se existe um tumor que produz andrógenos, ele deve ser removido cirurgicamente.
  • Em casos de síndrome de Cushing, é necessário iniciar um tratamento específico para essa patologia.
  • O tratamento farmacológico para o hirsutismo costuma ser baseado em medicamentos como comprimidos farmacológicos e medicamentos anti-androgênicos, de acordo com a causa que está provocando. Ele deve ser feito por, pelo menos, um ano pois apenas se notam as primeiras alterações físicas após 6 meses de toma. Por sua vez, o tratamento também tem um efeito anovular, fazendo com que a infertilidade não possa ser tratada desse jeito.

Este artigo é meramente informativo, no ONsalus.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos médicos nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Convidamos você a recorrer a um médico no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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