HIV: o que é, sintomas, teste e tratamento

HIV: o que é, sintomas, teste e tratamento

O vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é o que causa a AIDS, no entanto, as pessoas que o contraem não necessariamente chegam a desenvolver a doença. O que o vírus realmente faz é atacar o sistema imunológico, fazendo com que a pessoa infectada apresente uma baixa imunidade e fique mais propensa a desenvolver outras infecções por vírus, bactérias e fungos. O HIV pode não apresentar sintomas por anos, porém, detectá-lo o mais rápido possível e realizar o tratamento adequado diminui as probabilidades do paciente desenvolver AIDS. Nesse artigo do ONsalus, te explicaremos tudo sobre HIV: o que é, sintomas, teste e tratamento.

O que é HIV

HIV é a sigla em inglês do vírus da Imunodeficiência Humana, que ataca o sistema imunológico, o responsável por defender o organismo de inúmeras patologias. Esse vírus ataca os linfócitos T CD4+ e, ao fazer alterações nessas células, consegue fazer cópias de si mesmo. Depois de multiplicado, o HIV rompe essas células e busca novas para continuar a infecção por todo o organismo.

É importante saber que os linfócitos T CD4+ são glóbulos brancos que servem como uma defesa do organismo contra ataques de vírus e bactérias. São eles que comandam a resposta do nosso sistema imunológico diante do ataque de microrganismos nocivos a nossa saúde. Por isso, quando o HIV ataca essas células e as destrói, o sistema de defesa do nosso organismo perde aos poucos a capacidade de reagir a esse e a outros vírus, o que faz com que o corpo fique mais vulnerável a doenças e infecções.

HIV e AIDS

Mas qual a diferença entre HIV e AIDS? Quem tem o vírus do HIV não necessariamente tem AIDS. Isso porque HIV é o vírus da Imunodeficiência Humana e a AIDS é a síndrome da Imunodeficiência Adquirida, o estágio mais avançado e nocivo do vírus no organismo. Graças à evolução dos tratamentos, atualmente, uma pessoa soropositiva, ou seja, portadora do vírus do HIV, pode chegar a nunca desenvolver AIDS.

Fases do HIV

A primeira fase do HIV no organismo é chamada de janela imunológica. É a partir dessa etapa, que equivale aproximadamente aos primeiros 30 dias após a infecção com o vírus, que é possível detectar pela primeira vez a presença de anticorpos-HIV que são produzidos pelo sistema imunológico e que provam que o vírus está no organismo. É importante ressaltar, no entanto, que esse período pode mudar para mais ou para menos de acordo com o tempo de resposta ao HIV de cada organismo.

Estar na fase da janela imunológica significa que, durante esse período, se a pessoa infectada realizar um teste de HIV, o resultado dele ainda poderá dar negativo para o vírus. Sendo assim, é recomendado fazer esse teste rápido de HIV após no mínimo 30 dias do contágio ou que pelo menos ele seja repetido depois desse período de tempo. É essencial dizer também que, mesmo que o teste não detecte o vírus no sangue, a partir da infecção ele já pode ser transmitido para outras pessoas. Os modos de transmissão e contágio do vírus serão melhor explicados na continuação desse artigo.

Já a segunda fase do vírus no organismo é a chamada assintomática e é o período no qual o paciente infectado não apresenta sintomas e pode levar a vida normalmente sem ao menos saber que tem o vírus. Essa etapa, em muitos casos, pode durar até 10 anos. No entanto, atualmente, com o tratamento correto é possível que as próximas fases do HIV não surjam.

A terceira fase é a sintomática inicial, no qual os sintomas iniciais do HIV, como fadiga, perda de peso, herpes na boca e erupções cutâneas, aparecem. Depois dela temos a etapa tardia, também conhecida como a fase da AIDS. Como o nome indica, nessa etapa, o paciente desenvolve a síndrome da Imunodeficiência Adquirida e seu sistema imunológico fica cada vez mais frágil, fazendo com que doenças como pneumonia, candidíase e toxoplasmose surjam.

HIV: sintomas

Como explicamos anteriormente, o HIV pode se manter na fase assintomática por muito tempo ou não. Além disso, os sintomas do HIV não são os mesmos na fase sintomática inicial e tardia. Assim, confira quais são os sintomas de HIV de cada etapa.

Primeiros sintomas do HIV

Entre os sintomas iniciais do HIV podem-se destacar:

  • Dor de cabeça
  • Febre
  • Diarreia
  • Úlceras bucais ou herpes na boca
  • Gânglios inflamados
  • Transpiração noturna excessiva
  • Dor muscular

Sintomas do HIV na fase da AIDS

Já com o desenvolvimento da AIDS, os principais sintomas e patologias que o organismo do paciente infectado pode apresentar são:

  • Problemas pulmonares, como pneumonia ou tuberculose
  • Dificuldades respiratórias
  • Infecções intestinais
  • Vômitos
  • Problemas para engolir
  • Candidíase
  • Toxoplasmose

Formas de contágio do HIV

Muitas dúvidas que surgem em relação ao HIV são relacionadas a quais são as formas de contágio do HIV e os fatores de risco de se contrair esse temido vírus. A seguir te explicaremos os dois.

Fatores de risco: HIV

Existem pessoas com um maior risco de contrair o vírus do HIV. Estas são:

  • Pessoas que têm vários parceiros sexuais.
  • Pessoas que têm relações sexuais sem proteção.
  • Pessoas que consomem drogas por via intravenosa ou que compartilham seringas.
  • Bebês nascidos de mães portadoras do vírus HIV e que não foram tratadas durante a gravidez.

Formas de contágio do HIV

Já as formas de contágio do HIV, como se pode imaginar, estão muito ligadas aos fatores de risco. Assim, confira como o vírus pode ser transmitido:

  • Por contato sexual: manter relações sexuais sem proteção sempre vem com um risco. No caso do HIV, uma pessoa pode ser contagiada com o vírus se realizar sexo vaginal, anal ou oral sem uso de camisinha ou outro método de proteção.
  • Através do sangue: o maior risco de se contrair HIV através do sangue é compartilhando seringas com outras pessoas, realizando transfusão de sangue contaminado, tendo contato com instrumentos que cortam ou furam e que não foram devidamente esterilizados e até fazendo tatuagens e piercings em estabelecimentos pouco confiáveis. O contágio nesses casos acontece quando uma pessoa saudável entra em contato com o sangue da pessoa infectada, por isso, deve-se tomar cuidado com certas feridas.
  • De mãe para filho: o vírus do HIV pode ser transmitido durante a gravidez, o parto ou até a amamentação. Assim, é importante que uma mãe soropositiva realize um tratamento específico durante esse período além do tratamento que já deve fazer normalmente para que os sintomas não apareçam ou diminuam de intensidade.

Por outro lado, ainda existem muitos mitos e desinformação sobre o vírus. Por isso, agora esclareceremos as formas nas quais não é possível se contagiar com o vírus do HIV:

  • Por tocar objetos que foram tocados por uma pessoa infectada.
  • Por contato físico com uma pessoa infectada, como apertos de mão, abraços e beijos.
  • Por contato com animais.
  • Por compartilhar objetos pessoais, como toalhas, sabonete, lençóis, utensílios de cozinha, roupa ou comida, com uma pessoa infectada.
  • Por contato com suor, saliva, fezes, lágrimas ou urina da pessoa infectada.
  • Por picadas de inseto.
  • Por doar sangue.
  • Por masturbação a dois.
  • Por estar na mesma piscina ou banheira que a pessoa infectada.
  • Por ter sentado no mesmo assento de ônibus ou vaso sanitário que a pessoa infectada.
  • Pelo ar.

HIV: tratamento

É necessário tratar o HIV para que ele não se derive na AIDS e para também evitar ao máximo contrair outras infecções provenientes de vírus, fungos e bactérias. O tratamento do HIV se denomina terapia antirretroviral e tem como principal objetivo evitar que o vírus se reproduza.

O tratamento para HIV começava a ser subministrado quando a quantidade de glóbulos brancos, ou linfócitos, no sangue começasse a cair, no entanto, agora se recomenda o tratamento mesmo se a contagem de linfócitos continuar normal. Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 e, desde a década de 1990, são distribuídos de maneira gratuita em vários países, sendo o Brasil um deles.

Os exames de sangue também serão essenciais para o paciente para checar o progresso do desenvolvimento do vírus no organismo, positivo ou negativo, e observar se a carga viral continua baixa ou, no melhor cenário, está imperceptível. As possíveis complicações do HIV vão diminuindo à medida na qual o sistema imunológico vai se recuperando.

Cura do HIV

Na maioria dos casos, as pessoas com o vírus do HIV que realizem corretamente o tratamento podem levar uma vida normal, já que este pode deixar a carga viral em um mínimo quase imperceptível. No entanto, a resposta à pergunta "HIV tem cura?" ainda é não, a cura do HIV ainda não existe.

Além disso, é importante ressaltar que se uma pessoa tem o vírus no organismo e não toma a medicação corretamente, obedecendo horários e doses, o HIV pode se tornar resistente aos fármacos e o tratamento pode deixar de funcionar.

Prevenção do HIV

Após ter todas essas informações, já é possível se ter algumas ideias de no que consiste a prevenção do HIV. Mas para que não fique nenhuma dúvida sobre o assunto, confira as principais medidas para evitar o contágio do vírus:

  • Tenha relações sexuais, sejam elas sexo vaginal, anal ou oral, sempre com preservativos masculinos ou femininos.
  • Se você for seropositivo não tenha vergonha, seja honesto e conte ao seu parceiro.
  • Se você e seu parceiro forem monogâmicos e quiserem ter relações sexuais sem proteção, como para ter filhos, por exemplo, certifique-se que nenhum dos dois tenha o vírus no organismo. Ou seja, faça o teste do HIV e peça para seu companheiro também fazê-lo.
  • Faça o teste do HIV de todas as maneiras, tendo ou não um parceiro fixo. Ter um diagnóstico pouco tempo após o contágio diminui as chances do vírus sair da sua fase assintomática e se transformar em AIDS.
  • Se você trabalhar na área da saúde, sempre utilize proteção, como luvas, para tratar de feridas e evite o contato direto com o sangue dos pacientes.
  • Se você estiver grávida e for portadora do HIV, consulte seu médico e veja quais são as possibilidades de tratamento para evitar infectar o feto com o vírus.

Teste do HIV

O teste do HIV serve tanto como diagnóstico como prevenção do vírus. Ele serve como diagnóstico porque seu resultado indica se a pessoa foi ou não contagiada pelo vírus e como prevenção pois, ao saber que foi infectada, a pessoa com HIV poderá evitar transmiti-lo para outras pessoas.

O teste do HIV é simples e rápido de fazer e recomendado para todas as pessoas, principalmente as que tiverem tido relações sexuais sem proteção ou compartilhado seringas com outras pessoas, por exemplo. Ele é realizado por meio de coleta de sangue ou de fluidos orais e, em casos dos testes rápidos, o resultado fica pronto em cerca de 30 minutos. Além disso, eles podem ser feitos de maneira anônima.

Este artigo é meramente informativo, no ONsalus.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos médicos nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Convidamos você a recorrer a um médico no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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Bibliografia
  • Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais, Ministério da Saúde. O que é HIV. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/o-que-e-hiv>. Acessado em: 30 de maio de 2019.
  • Ministério da Saúde. Aids / HIV: o que é, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção. Disponível em: <http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/aids-hiv>. Acessado em: 31 de maio de 2019.