Quem tem HPV pode ter relação?

Quem tem HPV pode ter relação?

O vírus do papiloma humano é, na verdade, um conjunto de vírus que infeta as mucosas e a derme através do contato da pele de uma pessoa saudável com a de uma pessoa infectada. Existem mais de 100 tipos de HPV e pelo menos 30 estão associados a um risco alto de sofrer de câncer do útero. Os demais se consideram mais inofensivos, sendo os que se costumam manifestar através de pequenas verrugas com formato de couve-flor.

Assim que a pessoa é contagiada com HPV, não existe tratamento que elimine o vírus do corpo, ele se aloja nos gânglios linfáticos e pode aparecer em qualquer momento. Já as verrugas, quer se encontrem no ânus ou nos genitais, são tratáveis e podem até desaparecer sozinhas. As lesões são altamente contagiosas e podem afetar tanto homens como mulheres.

Perante um diagnóstico de HPV, surgem muitas dúvidas em relação às relações sexuais futuras e aos cuidados necessários durante as mesmas. Por esse motivo, nesse artigo do ONsalus respondemos a uma pergunta muito frequente em pessoas que foram diagnosticadas com esse vírus: Quem tem HPV pode ter relação?

Quem tem HPV pode ter relação?

Qualquer pessoa diagnosticada com HPV pode continuar tendo relações sexuais, o vírus não impede o ato sexual de nenhum jeito nem provoca sintomas que afetam a libido ou a função do pênis e da vagina. No entanto, se você sabe que é portador de algum desses vírus, é importante que tenha em conta algumas considerações na hora do encontro sexual como, por exemplo, que o vírus é altamente contagioso entre parceiros - se você está infetado é provável que o seu parceiro ou parceira também estejam.

Mesmo assim, quando duas pessoas compartilham o mesmo tipo de HPV, é pouco provável que os dois se reinfetem repetidamente com a mesma cepa. No entanto, se após o diagnóstico a pessoa trocar de parceiro, o risco de infecção é alto para ele ou ela, sobretudo durante um surto de verrugas genitais. Nesses casos, o melhor é falar com a pessoa e contar que você tem uma infecção de HPV para que esteja consciente do risco que isso implica para a saúde dela. O preservativo pode ajudar a prevenir o contágio de certo modo mas, pelo simples fato de o vírus poder passar de pele a pele, as camisinhas não são 100% eficazes para evitar a transmissão.

O contágio recente de HPV com um parceiro estável nem sempre é um sinal de que ele ou ela foram infiéis. É essencial comunicar às pessoas que estes vírus têm períodos silenciosos nos quais não podem ser detectados, significando que o contágio pode ter ocorrido há vários anos atrás e apenas ter despertado agora. Por esse motivo, é muito difícil determinar quando ocorreu o contágio da infecção e quem foi a pessoa que passou o vírus.

Quando duas pessoas infetadas por cepas distintas de HPV têm relações sexuais, é muito importante utilizar preservativos e evitar o contato sexual durante a presença de verrugas genitais. Apenas quando nenhuma das pessoas apresenta lesões de HPV é possível ter novamente relações sexuais com normalidade, incluindo sexo oral, pois até agora não foi provado que a infecção por HPV provoca verrugas bucais.

Existem casos em que uma pessoa se contagia e o seu corpo elimina o vírus de maneira silenciosa sem que surjam sintomas nem verrugas e, por isso, a pessoa nem nota que foi infetada com HPV. Embora o vírus já não se encontre no corpo, isso não significa que a pessoa seja imune ao contágio de outra cepa do vírus, o risco continua sendo o mesmo cada vez que ela entre em contato com a pele e mucosas de uma pessoa infetada.

Dúvidas frequentes sobre as relações sexuais e o HPV

HPV é comum?

Muitas pessoas que acabam de ser diagnosticadas sentem vergonha e medo de serem rejeitadas pelos seus parceiros ou novos companheiros por serem portadores do vírus. No entanto, é importante mencionar que, na atualidade, devido ao seu fácil contágio, o HPV está presente em 80% das mulheres do mundo e em 50% dos homens. Se você pertence ao grupo sem HPV, é importante que tome consciência do poder de infecção desses vírus e que use preservativos como método medianamente eficaz para evitar o contágio.

Posso ter HPV e herpes genital?

Essa é uma dúvida muito comum. Por vezes, o herpes genital é confundido com o HPV, uma vez que ambas as doenças apresentam úlceras nos genitais. No entanto, ao contrário do HPV, o herpes causa ardência, mal-estar geral, dor, supuração das úlceras e até febre, enquanto que o HPV é quase assintomático. A verdade é que as duas doenças sexualmente transmissíveis podem coexistir juntas no organismo, sendo que o HPV até pode viver com qualquer DST por ser um vírus incurável.

Camisinha protege contra HPV?

Sim e não. As camisinhas ajudam a reduzir o risco de contágio, sobretudo através da penetração, mas não eliminam o risco por completo, uma vez que não cobre toda a zona genital por completo. o HPV é um vírus que se contagia facilmente através do contato pele com pele. Logo, as zonas que não são cobertas pelo preservativo ficam expostas ao vírus e representam um risco importante, uma vez que o ânus o escroto, a vulva e toda a região genital podem transmitir o vírus. Uma pessoa não vacina e sem sintomas pode facilmente transmitir o vírus, a única forma de impedir o contágio é evitar todo o tipo de contacto físico com uma pessoa infetada. As vacinas contra o HPV são recomendadas para homens e mulheres jovens com menos de 30 anos, mas apenas previnem contra a transmissão de 40 serotipos.

Posso pegar HPV com sexo oral?

A transmissão desse vírus por sexo oral continua sendo investigada pois, embora não se tenha comprovado a presença de verrugas na boca, alguns estudos indicam que 35% dos casos de câncer de boca e garganta estão associados aos serotipos de HPV de alto risco. No entanto, tendo em conta a frequência com que os casais praticam sexo oral, se o HPV fosse transmitido por essas vias a incidência de câncer de garganta seria tão alta como a do colo do útero.

Os homens contraem o HPV como as mulheres?

Sabemos que o sexo feminino representa uma porcentagem maior de pessoas contagiadas com HPV em todo o mundo, maior que a do sexo masculino. No entanto, isso não quer dizer que os homens têm menos possibilidades de serem contagiados ou que a transmissão é diferente. O processo de infeção e o risco de contágio de HPV são exatamente iguais para homens e mulheres. A única diferença que devemos destacar é que muitos homens não apresentam verrugas no exterior do pênis, mas sim na parte interna da uretra. No entanto, na atualidade não existe um exame aprovado pela FDA pata diagnosticar o HPV em homens. Todas as mulheres e todos os homens, hétero ou homossexuais, correm o mesmo risco de infecção ao ter relações sexuais com uma pessoa infetada.

Conselhos para viver com HPV

Assumir este diagnóstico não é fácil. No princípio é normal que a pessoa sinta medo, incerteza, tristeza, vergonha e até uma profunda decepção amorosa. No entanto, com o tempo, todas as pessoas infetadas entendem melhor a doença, se familiarizam com o tratamento e aprendem a viver com o HPV. Como sabemos que não é fácil receber este tipo de notícias, te oferecemos alguns conselhos muito úteis para lidar com o contágio:

  • Trate as verrugas genitais: estas lesões costumam ser altamente contagiosas e, assim como em alguns casos desaparecem sozinhas, outras vezes proliferam e aumentam muito de tamanho. O ideal é que você trate estas lesões para evitar os surtos que podem contagiar rapidamente uma pessoa saudável.
  • Fortaleça o seu sistema imunológico: aposte numa vida e alimentação saudáveis para manter as suas defesas altas e ajudar o seu organismo a combater o vírus. Embora o HPV não tenha cura, existem muitos casos de pessoas infectadas e assintomáticas que, após 2 anos, já não apresentam o vírus no corpo.
  • Seja consciente: durante as relações sexuais, use sempre preservativo para diminuir o risco de contagiar os seus parceiros.
  • Fale com o seu parceiro: discuta o diagnóstico do HPV com o seu parceiro para que, juntos, sejam conscientes da situação em que se encontram. Se ele ou ela não sabem que estão infectados, é importante que consulte um médico antes do próximo encontro sexual, uma vez que caso não tenha HPV devem ser tomadas medidas para evitar o contágio.
  • Consulte o médico: não pule os exames médicos, é essencial controlar este vírus e os seus efeitos no organismo para evitar complicações mais graves.

Este artigo é meramente informativo, no ONsalus.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos médicos nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Convidamos você a recorrer a um médico no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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