Ruído nos ouvidos quando não há barulho: causas e tratamento

Ruído nos ouvidos quando não há barulho: causas e tratamento

O ruído nos ouvidos em momentos de silêncio pode ter várias causas, como a exposição a ruído excessivo, especialmente em ambientes de trabalho específicos. Além disso, a idade também pode desempenhar um papel importante, e outras possíveis causas incluem contrações musculares e a ingestão de determinados medicamentos, entre outras. Esse fenômeno é conhecido como zumbido, e as pessoas que o experimentam geralmente percebem sons como campainhas, zumbidos, rugidos ou assobios, em um ou nos dois ouvidos. Nesses casos, a pessoa ouve um som que pode ser percebido como próximo ou distante, mas não há uma fonte externa real que o gere.

Esse problema é bastante comum na população e, embora em alguns casos possa durar apenas algumas semanas, em outros pode persistir por meses ou até anos, afetando a qualidade de vida. Embora o zumbido geralmente não seja um problema grave, ele requer atenção médica, de preferência de um otorrinolaringologista. Embora possa afetar pessoas de todas as idades, é mais comum em pessoas mais velhas, e vale a pena observar que tende a ocorrer com mais frequência em homens do que em mulheres. No ONsalus, oferecemos mais detalhes sobre o ruído nos ouvidos quando não há barulho, suas possíveis causas e opções de tratamento.

Exposição a ruídos altos

Uma das causas mais comuns de zumbido em silêncio é a exposição prolongada a ruídos muito fortes. Isso acaba causando danos às células sensoriais, fazendo com que a pessoa perceba sons que não estão realmente lá. Isso pode acontecer mesmo após a exposição a um estrondo rápido, como um tiro, ou após passar muito tempo em um ambiente cheio de música, como uma discoteca.

Tratamento

Quando o ruído é sentido em um ambiente silencioso, o especialista pode recomendar o uso de aparelhos auditivos projetados para mascarar o zumbido. Isso pode ser muito útil, especialmente à noite.

Acúmulo de cera

Quando a cera se acumula no ouvido, ela pode causar problemas auditivos e até mesmo zumbido nos ouvidos sem causa aparente ou real. Portanto, é necessário consultar um médico para que a cera acumulada seja removida.

Tratamento

Em primeiro lugar, o especialista pode usar um otoscópio, uma ferramenta que ilumina e permite uma visão mais detalhada do ouvido interno, ampliando-o. Ele então removerá a cera do ouvido e a removerá. Em seguida, ele removerá a cera acumulada usando uma cureta ou outras técnicas. Além disso, uma seringa com solução salina ou água morna pode ser usada para amolecer a cera. Ele também pode prescrever gotas para os ouvidos alguns dias antes para ajudar a dissolver a cera e facilitar a remoção posterior.

Infecções de ouvido

As infecções de ouvido podem ocorrer no ouvido médio ou externo e são menos comuns no ouvido interno. Quando ocorre uma infecção, como otite ou outras, a pessoa pode apresentar alterações na audição, dor, inchaço, dor de cabeça e até mesmo náusea. Também pode haver secreção no ouvido.

No caso de infecções do ouvido médio, elas se devem à presença de vírus ou bactérias dos olhos, da boca e das narinas, que se acumulam atrás do tímpano. Por outro lado, se a infecção estiver localizada no ouvido externo, a pessoa pode sentir coceira devido à disseminação de germes no canal auditivo, possivelmente causada pelo uso de cotonetes ou outros objetos contaminados.

Tratamento

O tratamento se concentrará na causa e na gravidade da infecção. Além disso, é fundamental identificar o local específico da infecção, pois, por exemplo, os antibióticos podem não ser eficazes se a infecção for de origem viral. Algumas infecções podem ser tratadas com gotas prescritas pelo médico.

Envelhecimento

A idade pode ser outro fator importante a ser considerado quando o ruído é percebido nos ouvidos sem causas externas reais. À medida que a pessoa envelhece, as estruturas de seus ouvidos sofrem alterações, e é comum que o zumbido seja sentido quando a pessoa está em um ambiente silencioso, sendo mais frequente a partir dos 60 anos de idade. Ele está associado a várias alterações relacionadas à idade, como a perda de elasticidade do tecido e a diminuição da função das células sensoriais auditivas.

Tratamento

Nesses casos, o especialista pode recomendar várias opções, como o uso de aparelhos auditivos especiais para dormir, a aplicação de algumas gotas ou medicamentos. A escolha do tratamento dependerá da gravidade do zumbido, da exclusão de outras possíveis causas e da idade do paciente.

Lesões no ouvido interno

Quando há danos ao ouvido interno, também conhecido como cóclea, não só é possível perceber sons que não têm fonte externa, como também pode ser acompanhado de perda auditiva. Esse fenômeno é explicado pelo fato de que, quando o ouvido é exposto a ondas sonoras, os cílios presentes na cóclea podem se mover, enviando sinais elétricos para o nervo coclear que se estende do ouvido até o cérebro. Consequentemente, quando esses sinais chegam ao cérebro, o cérebro os interpreta como sons.

Tratamento

Um exame completo do ouvido por um médico é essencial para estabelecer um diagnóstico preciso. Embora em alguns casos as lesões possam se resolver espontaneamente, o especialista fará o acompanhamento para garantir que a recuperação seja adequada. Em situações mais complexas, a cirurgia pode ser considerada para tratar lesões persistentes ou graves.

Otosclerose

A otosclerose ocorre quando os ossículos do ouvido crescem de forma anormal e pode ter causas genéticas, ou seja, ser hereditária. A principal razão por trás desse fenômeno é a rigidez que se desenvolve nos ossículos localizados no ouvido médio. Essa condição pode levar a sintomas como a percepção de zumbido, tontura, entre outros.

Tratamento

É provável que o médico recomende o uso de um aparelho auditivo especial; no entanto, infelizmente, não há tratamento farmacológico que seja totalmente eficaz no tratamento dessa patologia. Até o momento, há pesquisas em andamento para desenvolver abordagens para remodelar os ossos afetados. Ocasionalmente, a cirurgia pode ser necessária e justificada para tratar essa condição.

Lesões na cabeça

Após sofrer um traumatismo craniano, algumas pessoas podem sofrer danos aos nervos auditivos, ao ouvido interno ou à área do cérebro responsável pelo processamento do som. Nesses casos, o zumbido pode ocorrer em apenas um ouvido.

Tratamento

Se o especialista em ouvido, nariz e garganta identificar lesões na cabeça, ele poderá trabalhar com outros especialistas para determinar a melhor abordagem de tratamento. Como envolve lesões além do ouvido, o tratamento do zumbido pós-traumático pode exigir uma coordenação abrangente, abordando as consequências do traumatismo craniano de forma interdisciplinar.

Contraturas musculares

Quando isso ocorre, a contratura cervical pode causar uma sensação de entupimento nos ouvidos, levando a um tipo de zumbido nos ouvidos. Essa condição pode causar dor nas fibras musculares circundantes.

Tratamento

Uma abordagem abrangente da contratura cervical é essencial, e o tratamento pode incluir fisioterapia para relaxar os músculos tensos, exercícios de alongamento, terapias de calor e, possivelmente, medicamentos anti-inflamatórios sob supervisão médica. A colaboração entre vários especialistas, como fisioterapeutas e otorrinolaringologistas, pode ser essencial para proporcionar alívio e melhorar a qualidade de vida do paciente.

Doença de Ménière

A doença de Ménière é um distúrbio crônico do ouvido interno que afeta o equilíbrio e a audição. Caracteriza-se por episódios recorrentes de vertigem, perda auditiva flutuante, zumbido nos ouvidos (tinnitus) e sensação de plenitude ou pressão no ouvido afetado.

Tratamento

A doença de Ménière pode ser tratada com o uso de diferentes medicamentos prescritos pelo especialista para que a pessoa não apenas pare de ouvir o zumbido, mas também possa melhorar outros sintomas, como tontura ou incapacidade de ficar em pé.

Uso de medicamentos

Alguns medicamentos também podem induzir a percepção de ruído no ouvido quando há silêncio, especialmente aqueles considerados ototóxicos, ou seja, prejudiciais às funções auditivas. Entre eles estão o ácido acetilsalicílico, o ácido valproico, alguns antibióticos, antidepressivos, anti-hipertensivos, entre outros.

Tratamento

Como esses medicamentos podem causar danos, inclusive danos cocleares que afetam ambos os ouvidos, é fundamental que o médico saiba quais medicamentos a pessoa está tomando para tomar decisões informadas.

Além disso, há causas neurológicas que podem afetar os ouvidos e requerem a atenção de um otorrinolaringologista e de um neurologista. Por esse motivo, a atenção médica é essencial.

Além disso, vários fatores de risco, como pressão alta, exposição a ruídos altos, idade avançada, consumo de álcool, tabagismo, colesterol alto, depressão, ansiedade, otite, artrite reumatoide, entre outros, podem contribuir para o aparecimento desses sintomas. Detectar a causa nem sempre é fácil porque os sons percebidos não têm um agente externo real. Portanto, recomenda-se a visita a um especialista para examinar o paciente e analisar seu histórico médico. Testes especializados, como a audiometria, podem ajudar a detectar uma possível perda auditiva. Os tratamentos e as orientações dependerão da frequência e da gravidade do zumbido ou assobio, bem como da identificação da causa subjacente, se possível. Por esse motivo, é essencial que os pacientes consultem seu médico para uma avaliação e orientação adequadas.

Este artigo é meramente informativo, no ONsalus.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos médicos nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Convidamos você a recorrer a um médico no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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