Lesões e doenças do pescoço

Por que tenho o pescoço inchado e o que fazer?

 
Magce Bonilla
Por Magce Bonilla, Química. 25 maio 2022
Por que tenho o pescoço inchado e o que fazer?

Algumas vezes, podemos notar um inchaço no pescoço por diversos motivos ou circunstâncias. Em alguns casos, está associado a processos gripais e resfriados ou a infecções bacterianas e virais na região do ouvido ou da garganta. Em sua maioria, não são graves, desde que tratados com o tratamento correto, isto é, indicado pelo especialista. Contudo, existem causas mais sérias e menos comuns, que levam a uma inflamação persistente e mais complexa do pescoço que, geralmente, vem acompanhada de outros sintomas, como febre, dor na região inflamada, perda de peso, entre outros mal-estares, que podem estar relacionados a doenças na tireoide, câncer ou transtornos do sistema imunológico.

Por isso, é importantíssimo estar atento a este tipo de doença e avaliar sua evolução para consultar um médico. Continue lendo este artigo do ONsalus para saber por que você está com o pescoço inchado e o que fazer em cada caso.

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Índice

  1. Aumento de tamanho dos gânglios linfáticos
  2. Mononucleose
  3. Parotidite ou caxumba
  4. Cistos branquiais
  5. Bócio
  6. Distensão muscular
  7. Torcicolo
  8. Síndrome de Cushing
  9. Câncer
  10. Quando consultar um médico?
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Aumento de tamanho dos gânglios linfáticos

A inflamação dos gânglios linfáticos, normalmente, acontece quando se sofre de infecções virais ou bacterianas. Esta condição se manifesta de diferentes tamanhos ou em cadeias ganglionares. Frequentemente, é notada nas doenças de amígdalas, ouvidos, garganta, faringite, abcessos dentais; e outras mais agudas, como o sarampo, a varicela e a rubéola.

Em geral, esta inflamação surge quando o organismo precisa lidar com algum tipo de infecção, contudo, quando aparece sem motivo aparente, por um tempo prolongado e vem acompanhada de outros sintomas, além de sentir dureza nos gânglios linfáticos, é preciso consultar um médico imediatamente.

Tratamento

  • Na maioria dos casos, é preciso consultar um especialista para tratar esta condição através de medicamentos específicos, especialmente se os sintomas forem graves e você apresentar dificuldade para engolir, respirar e tem dores intensas.
  • Em alguns casos, a inflamação dos gânglios pode manifestar sintomas leves e transitórios, neste caso, remédios caseiros como gargarejos bucais, compressas de água morna na região afetada e analgésicos de venda livre para acalmar a inflamação e a dor podem funcionar. Sempre é recomendado consultar um médico para tirar quaisquer dúvidas.
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Mononucleose

A mononucleose infecciosa, também conhecida como doença do beijo, é causada pelo vírus da herpes (Epstein-Barr) e transmitida pelas secreções salivares. Esta infecção é muito frequente em adultos e manifesta sintomas de febre, faringite e inchaço do pescoço.

Grande parte dos casos de mononucleose apresentam um quadro clínico sem complicações, com tratamento simples. Em alguns casos, pode apresentar maiores dificuldades, como formações de abscessos periamigdalianos, complicações hematológicas e hepáticas, que exigem exames especializados e um acompanhamento médico mais detalhado.

Tratamento

  • Se você estiver com o pescoço inchado por este motivo, o que você pode fazer é tratá-lo com o uso de analgésicos para o mal-estar de febre, dor de cabeça e garganta, que não tenham ação antiviral. Também é recomendado descanso e muito líquido.
  • Se a condição desencadear outras complicações, entre elas dificuldade para respirar ou amigdalite, é fundamental consultar um médico para receber um exame detalhado da doença e um tratamento mais específico.
  • Como tratamento caseiro, é recomendável fazer gargarejos com água morna e sal várias vezes ao dia a fim de acalmar a dor de garganta.

Parotidite ou caxumba

A parotidite é uma infecção muito contagiosa, causada por um vírus do gênero Rubulavirus, que afeta as glândulas parótidas. Este vírus é transmitido por pequenas gotas de saliva que a pessoa afetada exala através do espirro, ao tossir ou falar.

Geralmente, os sintomas aparecem depois de duas semanas de entrar em contato com o vírus. O mal-estar mais comum é o pecoço inchado, assim como as bochechas junto da dor de cabeça e garganta, febre, fraqueza e perda de apetite.

Esta infecção tende a ser leve sem maiores complicações, contudo, existem inconvenientes mais sérios que podem surgir, como uma inflamação nos testículos, inflamação nos seios e meningite. Por isso, é recomendado buscar uma opinião médica o quanto antes para determinar o tratamento e evitar consequências infelizes.

Tratamento

  • A caxumba, normalmente, é uma doença autolimitada, por isso seu tratamento se restringe ao padrão dos sintomas. Neste sentido, a administração de antitérmicos e anti-inflamatórios dependerá de se o paciente tem febre e dores recorrentes na garganta.
  • A alimentação e o descanso são importantes, ambos devem ser adaptados ao que a pessoa doente deseja. O mais adequado é ajustar a ingestão alimentar de acordo com que o paciente conseguir e desejar ingerir.

Cistos branquiais

Os cistos branquiais são lesões congênitas que aparecem no nascimento ou nos primeiros anos de vida. Aparecem na região cervical e podem se estender até cavidades internas da faringe, laringe e até a superfície lateral do pescoço.

Em sua maioria, a presença deles é esporádica e não são perigosos. Os principais sintomas são a inflamação lateral e inferior do pescoço, observando-se um nódulo ou protuberância, além de uma drenagem líquida ou supuração na zona afetada.

Tratamento

Se este é o motivo do pescoço inchado, o que fazer para tratar os cistos branquiais é uma cirurgia para eliminá-los completamente. Existem casos onde o paciente não apresenta maiores complicações e não responde à cirurgia, além disso, o nódulo pode continuar crescendo e gerar infecções agudas e bastante doloridas.

Bócio

Estes sintomas se referem ao aumento ou crescimento da tireoide. É a doença mais frequente desta glândula e pode aparecer de forma difusa ou nodular. Em alguns casos, se caracteriza por ser benigna e, em outros, uma neoplasia tireoidiana.

A falta de iodo no organismo é a causa mais comum desta condição, além das alterações autoimunes, certos medicamentos e o tabagismo.

O sintoma mais conhecido deste problema na tireoide é o inchaço na base do pescoço, às vezes causando pressão em regiões próximas, como a traqueia, e dificuldade para respirar. Quando o bócio é pequeno, dificilmente pode ser visto, devendo ser apalpado por um especialista ou observado através de imagens específicas.

Tratamento

  • O bócio simples tem um bom prognóstico e pode ser tratado com levotiroxina sódica, um medicamento específico que é capaz de reduzi-lo, de acordo com estudos, em 25% do seu tamanho sempre que seja administrado nos primeiros meses de evolução[1] . Recomenda-se vigilância ou controle de forma periódica.
  • O tratamento do bócio de maior complexidade dependerá da avaliação médica, posto que, em geral, envolve medicamentos antitireoidianos, iodo radioativo ou cirurgia.

Neste outro artigo falamos sobre os sintomas, causas e tratamento do hipertireoidismo.

Por que tenho o pescoço inchado e o que fazer? - Bócio

Distensão muscular

Em alguns casos, o pescoço pode ficar inflamado devido as distensões musculares ou uso excessivo dos músculos do pescoço. Frequentemente, este inchaço é sofrido por pessoas que mantêm a cabeça inclinada para baixo por muito tempo, por exemplo, ao escrever mensagens pelo celular, ler sentado na cama ou trabalhar na frente de um computador.

Tratamento

  • Neste caso, terapias com frio e calor ajudam a desinflamar e aliviar a dor do pescoço. Neste sentido, colocar compressas de gelo na área afetada por 10 minutos ajuda a desinchar a área. Da mesma forma, colocar toalhas úmidas com água quente ameniza a dor muscular.
  • Remédios de venda livre, como anti-inflamatórios, ajudam a reduzir o inchaço e a acalmar a dor no pescoço.
  • Realizar exercícios moderados na área encaroçada ajuda a relaxar os músculos e diminuir a inflamação.

Torcicolo

É uma condição muito conhecida, causada pela contração da musculatura cervical unilateral, na qual o pescoço dificilmente pode se mover e girar de um lado para outro. Geralmente, ocorre por ficar em posições ruins ao dormir ou por doenças neurológicas e congênitas nas quais os músculos do pescoço se contraem de forma involuntária.

Esta condição causa inflamação e muita dor cervical, além de outros sintomas específicos, como dificuldade para mover o pescoço, rigidez e dor de cabeça.

Tratamento

  • Estudos médicos recomendam, dependendo do caso, exercícios de alongamento da musculatura cervical, terapias de calor e fisioterapias sistematizadas na área afetada para relaxar o músculo contraído.
  • Também nestes casos, após avaliação médica, indicam tratamentos com analgésicos e relaxantes musculares.
Por que tenho o pescoço inchado e o que fazer? - Torcicolo

Síndrome de Cushing

É uma doença endócrina bastante complexa e, algumas vezes, difícil de diagnosticar. Caracteriza-se pelo aumento de cortisol no sangue. Descreve uma ampla gama de sintomas, que costuma, às vezes, ser confundida com outras condições, contudo, destaca-se a obesidade central, especialmente no rosto, pescoço, tronco e abdômen, além de fraqueza muscular e estrias avermelhadas na barriga.

Um estudo revela que a síndrome de Cushing é uma doença rara com uma alta taxa de morbidade e mortalidade se não for tratada rapidamente, por isso que o diagnóstico precoce e a identificação de sua causa é essencial para o tratamento preciso[2].

Tratamento

  • O tratamento deve estar estritamente acompanhado por um endocrinologista, que avalia a causa precisa para, assim, indicar o tratamento.
  • No caso do uso prolongado de corticosteroides, é recomendado suspendê-los. Por outro lado, se a doença é resultado de um tumor hipofisário, o mais recomendado é a cirurgia para removê-lo e, em seguida, fazer quimio ou radioterapia, de acordo com o que o especialista determinar.

Câncer

Alguns tipos de câncer, mais especificamente os linfáticos, como o Linfoma no Hodgkin, gerado pelo aumento de tamanho dos gânglios linfáticos para combater células malignas, manifesta na pessoa inflamação no pescoço, virilha ou nas axilas, além de cansaço e perda de peso.

Além disso, apresentar gânglios inflamados não determina a presença de um câncer, para chegar a este diagnóstico é preciso fazer exames especiais, indicados por um especialista.

Tratamento

  • Ao suspeitar de um câncer linfático, por meio de sinais como o pescoço inchado, entre outros, o médico especialista realizará exames específicos como hemogramas, tomografias e biópsias para determinar o envolvimento do sistema linfático e avaliar o uso de quimio ou radioterapia.

Quando consultar um médico?

Se você estiver com o pescoço inchado e não sabe o que fazer, é bom observar. Se durar mais de 4 dias e, além disso, aparecerem novos sintomas, como febre, suor, perda de peso, entre outros, você deve consultar um médico imediatamente. Lembre-se que o atendimento precoce melhora o diagnóstico e minimiza as complicações.

A inflamação do pescoço pode afetar qualquer pessoa, criança ou adulto, e nem sempre representa um problema grave de saúde, contudo, a melhor coisa a se fazer é consultar um médico ou especialista para ter certeza de qual condição se trata e realizar o tratamento adequado o quanto antes.

Agora que você já sabe o que fazer em caso de pescoço inchado, não perca este outro artigo do ONsalus em que falamos sobre os nódulos de tensão no pescoço: causas e tratamento.

Este artigo é meramente informativo, no ONsalus.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos médicos nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Convidamos você a recorrer a um médico no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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Referências
  1. Martin, L. (2001). Un paciente con Bocio. [Documento en línea]. Disponible: https://www.elsevier.es/es-revista-medicina-integral-63-articulo-un-paciente-con-bocio-10021653
  2. Gutiérrez, J., Latorre, G. y Campuzano, G. (2009). Síndrome de Cushing. [Documento en línea]. Disponible: https://www.medigraphic.com/pdfs/medlab/myl-2009/myl099-10b.pdf
Bibliografia
  • Chacón, E. (2010). Virus Epstein-Barr y Mononucleosis Infecciosa: un viejo conocido. Disponível em: <https://www.binasss.sa.cr/revistas/rmcc/591/art3.pdf>. Acesso em 25 de maio de 2022.
  • MedlinePlus. (2020). EL cáncer y los ganglios linfáticos. [Documento en línea].Disponível em: <https://medlineplus.gov/spanish/ency/patientinstructions/000824.htm>. Acesso em 25 de maio de 2022.
  • Pérez, L. (2004). Quiste Branquial. (Actas Dermo-Sifiliográficas). [Documento en línea]. Disponível em: <https://www.actasdermo.org/es-quiste-branquial-articulo-13057297>. Acesso em 25 de maio de 2022.
  • Vaccines and educational resource by the college of physicians f Philadelphia. (2018). Paperas. Disponível em: <https://ftp.historyofvaccines.org/es/contenido/articulos/paperas>. Acesso em 25 de maio de 2022.
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