Anti-inflamatórios

Posso tomar cetorolaco e diclofenaco juntos?

 
Dra. Gennesis Gonzalez
Por Dra. Gennesis Gonzalez, Médica Cirurgiã. 15 outubro 2021
Posso tomar cetorolaco e diclofenaco juntos?

O uso dos anti-inflamatórios não esteroides, os quais são comumente conhecidos como AINES, tem aumentado nos últimos tempos para acalmar tanto a dor quanto os processos inflamatórios que podem ocorrer em alguma região do corpo. Apesar disso, estes não estão isentos de ter efeitos colaterais após a interação de uns com outros, daí a importância do uso deste tipo de medicamento ser feitos após a prescrição médica.

Anti-inflamatórios como o diclofenaco e cetorolaco são frequentemente utilizados como tratamento para a dor, inclusive dor de cabeça, nas articulações e até mesmo muscular. Contudo, existe a dúvida se ambos medicamentos podem ser tomados ao mesmo tempo e, neste artigo do ONsalus, vamos te responder em detalhes esta pergunta: posso tomar cetorolaco e diclofenaco juntos?

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Índice
  1. Cetorolaco: para que serve e dosagem
  2. Diclofenaco: para que serve e dosagem
  3. Posso tomar cetorolaco e diclofenaco juntos? - A resposta

Cetorolaco: para que serve e dosagem

O cetorolaco tem sido amplamente utilizado para melhorar a dor de moderada a severa intensidade a curto prazo, é um medicamento que pertence ao grupo dos anti-inflamatórios não esteroides e tem um efeito muito maior que a aspirina, por isso que aumenta o risco de apresentar problemas cardiovasculares naqueles que a tomam em doses inadequadas.

Este AINE está disponível em solução injetável de 30 mg e em comprimidos de 10 mg. O cetorolaco serve para:

  1. Dor leve a severa no pós-operatório.
  2. Traumatismos musculoesqueléticos.
  3. Dor por cólica nefrítica.
  4. Dor por cólica biliar.

Dosagem

A dose recomendada de cetorolaco é de 10 mg via oral a cada 4 ou 6 horas por dia. A dose máxima é de 40 mg via oral por dia.

Quanto a administração por via intramuscular, é utilizado de 30 a 60 mg como dose inicial, em seguida, as doses de manutenção vão de 10 a 30 mg a cada 6 horas com uma dose máxima diária de 120 mg ao dia. Seu uso não deve ultrapassar os 5 dias.

Contraindicações

O uso do cetorolaco é contraindicado em algumas situações médicas específicas, como por exemplo:

  • Pacientes que sofrem de úlcera gastroduodenal ativa.
  • Hemorragia digestiva recente.
  • Insuficiência renal moderada ou grave.
  • É contraindicado como analgésico profiláctico antes e durante uma intervenção cirúrgica.
  • Paciente com hemorragia cerebrovascular confirmada.

Além disso, o uso deste tipo de medicamento é contraindicado para mães que estão em fase de amamentação devido ao fato de ser facilmente secretado no leite materno, podendo afetar negativamente o sistema cardiovascular do recém-nascido.

Da mesma forma, o cetorolaco é contraindicado durante a gravidez devido ao risco de distocia e atraso no parto.

Efeitos colaterais

Entre os possíveis efeitos colaterais do cetorolaco, estão:

  1. Aumento de peso.
  2. Edema.
  3. Hemorragia gastrointestinal.
  4. Dispepsia.
  5. Dor gastrointestinal.
  6. Flatulência.
  7. Vômitos.
  8. Hipertensão.
  9. Prurito e urticaria.
  10. Sonolência.
  11. Cefaleia

Todos eles são evitáveis se o medicamento for utilizado sob prescrição nas doses adequadas para cada caso.

Diclofenaco: para que serve e dosagem

Outro medicamento que pertence ao grupo dos anti-inflamatórios não esteroides é conhecido comumente como diclofenaco, o qual possui propriedades analgésicas e anti-inflamatórias. Está disponível no mercado com diferentes nomes comerciais como:

  • Cinfadol.
  • Diclokern.
  • Dolotren.
  • Luase.
  • Voltadol.
  • Voltaren.

Devemos nos lembrar que está disponível tanto o diclofenaco sódico como o diclofenaco potássico, variando somente a molécula ativa à qual se associa (sódio ou potássio).

O diclofenaco é indicado para o tratamento da dor que varia de leve a moderada intensidade como, por exemplo, em caso de:

  1. Osteoartrose.
  2. Dismenorreia ou cólica menstrual.
  3. Artrite reumatoide.
  4. Gota.
  5. Cálculo renal.
  6. Lombalgia.
  7. Dor articular.
  8. Dor pós-operatória.
  9. Enxaqueca.
  10. Inflamações odontológicas.

Apresentações e dosagem

É encontrado em diferentes apresentações:

  • Comprimidos de 25 mg, 50 mg, 75 mg, e 100 mg.
  • Em supositórios de 12,5 mg, 25 mg, 50 mg e 75 mg.
  • Além disso, está disponível como colírio, pomada oftálmica e gel cremoso.

A dosagem de diclofenaco vai depender da indicação médica e apresentação disponível, variando a cada 6 ou 8 horas por dia.

Contraindicações

Este medicamento normalmente é contraindicado em:

  1. Pacientes que tenham hipersensibilidade ao diclofenaco.
  2. Pacientes que tenham problemas de coagulação.
  3. Antecedente de hemorragia gastrointestinal.
  4. Insuficiência cardíaca congestiva estabelecida.
  5. Cardiopatia isquêmica.
  6. Insuficiência hepática severa.
  7. Insuficiência renal.

Além disso, o diclofenaco deve ser administrado sob indicação médica, especialmente, no último trimestre da gravidez devido às possíveis complicações que pode trazer, como por exemplo, a adinamia uterina e o fechamento prematuro do ducto arterioso. Igualmente, este fármaco passa através do leite materno, portanto, deve-se evitar sua administração durante a fase de amamentação.

Efeitos colaterais

Embora raramente provoque efeitos colaterais, eles não devem ser esquecidos:

  • Cefaleia.
  • Náuseas e vômito.
  • Diarreia.
  • Dor abdominal.
  • Flatulência.
  • Aumento da pressão arterial.
  • Constipação
Posso tomar cetorolaco e diclofenaco juntos? - Diclofenaco: para que serve e dosagem

Posso tomar cetorolaco e diclofenaco juntos? - A resposta

Uma vez conhecidas todas as informações necessárias de ambos medicamentos, será que é possível combinar o cetorolaco e diclofenaco e tomá-los ao mesmo tempo?

Por ambos serem medicamentos pertencentes ao grupo dos anti-inflamatórios não esteroides (AINES), não é recomendado administrá-los ao mesmo tempo, pois não foi demonstrado o aumento da analgesia nem do efeito anti-inflamatório, mas foi visto um risco maior de sofrer efeitos colaterais após a administração de ambos medicamentos em conjunto.

Quando os anti-inflamatórios não esteroides são administrados em conjunto e de forma prolongada podem gerar efeitos colaterais, como dor abdominal, gastrite, úlceras, hemorragias gastrointestinais, dano nos rins e, em último caso, transtornos hidroeletrolíticos.

De acordo com um estudo publicado pela Revista Espanhola de Reumatologia em relação ao impacto do consumo dos anti-inflamatórios não esteroides na população geral espanhola[1], a prevalência em um ano do consumo de anti-inflamatórios não esteroides, durante pelo menos um mês, é estimado em 20,6%. Além disso, a frequência de efeitos colaterais, sobretudo os gastrointestinais, entre os consumidores de anti-inflamatórios não esteroides, é estimado em 23,7%, sendo motivo de consulta médica em 72,5% das vezes.

O ideal é administrar um ou outro dependendo da causa a ser tratada, daí a importância da avaliação médica antes de se automedicar. Caso você ache que precise destes medicamentos, consulte um médico para ter um tratamento eficaz com os anti-inflamatórios não esteroides.

Agora que você sabe que não se deve combinar o cetorolaco e diclofenaco, talvez você possa se interessar por este outro artigo em que falamos se pode tomar naproxeno com paracetamol.

Este artigo é meramente informativo, no ONsalus.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos médicos nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Convidamos você a recorrer a um médico no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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Referências
  1. Ballina, J., Carmona, L., Laffon, A., & Grupo de Estudio EPISER. (2002). Impacto del consumo de AINE en la población general española. Resultados del estudio EPISER. Revista Española de Reumatología, 29(7), 337-342.
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