Gravidez

Coceira na gravidez: causas e recomendações

Nídia Figueira
Por Nídia Figueira, Editora e redatora ONsalus. Atualizado: 11 junho 2018
Coceira na gravidez: causas e recomendações

A gestação é uma etapa caracterizada por mudanças importantes no nosso corpo que se refletem tanto a nível externo como interno. As mudanças hormonais que preparam o nosso corpo para a formação de uma nova vida podem afetar diversos aspectos do nosso organismo, incluindo a pele. Muitas mulheres se queixam de coceira na pele durante a gestação, o que pode ser muito incômodo. No entanto, esta condição é normal e benigna na maioria dos casos. No ONsalus, explicamos as causas da coceira na gravidez em detalhe e indicamos algumas soluções para aliviar o problema.

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Índice
  1. Estiramento da pele do abdômen ou dos seios
  2. Erupção polimorfa na gravidez
  3. Prurido gestacional
  4. Herpes gestacional
  5. Foliculite na gravidez
  6. Colestase intra-hepática
  7. A importância de consultar o seu médico

Estiramento da pele do abdômen ou dos seios

A maioria das mulheres afirma que a coceira na pele durante a gravidez se concentra em duas zonas principais: o abdômen e os seios. Isso acontece porque ambas as zonas do corpo são as que sofrem mais estiramento durante a gestação, fazendo com que as fibras da pele se rasguem e originem as tão temidas estrias se a derme não estiver em condições perfeitas.

Este estiramento provoca uma coceira intensa que pode ser resolvida com facilidade com uma hidratação adequada da zona. Para aliviar a coceira e evitar a formação de estrias, recomendamos:

  • Usar cremes hidratantes no abdômen e no peito pelo menos duas vezes por dia. As loções com ureia ou para peles muito secas são ideais, embora também existam cremes especiais para gravidez no mercado que ajudam a manter a pele em perfeitas condições.
  • Tome banho usando sabonete de aveia. Este cereal é usado para diminuir a coceira e hidratar a pele, sendo adequado para toda a gravidez.
  • Você pode aplicar um pouco de vaselina nas zonas afetadas, o que também favorece a hidratação e ajuda a ter a pele bonita e saudável.
  • Não se esqueça de beber, no mínimo, 2 litros de água por dia para hidratar a pele de dentro para fora.
  • Evite os banhos muito quentes que podem piorar a condição e prefira os banhos frios ou mornos se o clima permitir.
  • Use roupa de algodão que contribui para o seu conforto e impede que a coceira piore.
  • Caso a coceira seja muito severa, consulte o seu médico para que ele recomende um creme que alivie o problema.
Coceira na gravidez: causas e recomendações - Estiramento da pele do abdômen ou dos seios

Erupção polimorfa na gravidez

É a condição dermatológica mais comum na gravidez, sendo especialmente frequente em mulheres esperando o primeiro filho que aumentam muito de peso durante a gestação, assim como em gravidezes múltiplas. A erupção polimorfa é caracterizada por uma coceira intensa que se apresenta em qualquer momento do dia sem causa aparente. Algumas semanas depois de manifestar este sintoma, surge o seu sinal característico: lesões avermelhadas e com relevo na pele que se transformam em marcas definidas que podem se converter em vesículas com o passar das semanas.

As zonas do corpo mais afetadas são o abdômen e as ancas, podendo também acometer o tronco e as extremidades. Apesar de ser uma erupção tão relevante, o feto não sofre qualquer dano com esta condição. A causa ainda é desconhecida, embora se acredite que possa estar associada ao estiramento da pele durante a gestação.

Esta condição deve ser diagnosticada por um dermatologista através da análise das lesões ou de uma biópsia. O tratamento consiste em cremes corticoides de aplicação tópica, sendo que os anti-histamínicos orais só são recomendados em casos especiais.

Coceira na gravidez: causas e recomendações - Erupção polimorfa na gravidez
Imagem: mexicofertil.com

Prurido gestacional

Frequentemente confundido com a coceira normal da gestação descrito anteriormente, o prurido gestacional é uma condição diferente que, geralmente, surge no primeiro ou segundo trimestre. É caracterizado por uma coceira intensa em zonas como os braços ou as pernas, podendo também afetar o abdômen em alguns casos.

A principal diferença é que, além da coceira, surgem lesões na pele com relevo que pode ser palpado. As lesões costumam ter um centímetro de diâmetro e um tom avermelhado, sendo fáceis de detectar. Se acredita que o seu aparecimento é provocado pelo aumento dos níveis de estrógenos durante a gravidez.

Perante estes sinais, você deve consultar um dermatologista para receber um diagnóstico correto. O problema costuma desaparecer com a aplicação tópica de um creme com corticoides e não provoca danos no feto.

Herpes gestacional

Uma condição menos comum do que as mencionadas anteriormente é o herpes gestacional, que costuma acometer mulheres que já tiveram outros partos anteriores. Ele se caracteriza por uma coceira intensa que, após umas semanas, é seguida de uma erupção no abdômen, em torno do umbigo, para depois se estender a outras zonas do corpo. Nunca afeta o rosto ou as mucosas.

As lesões são uma espécie de placas circulares, mas podem se transformar em vesículas rapidamente. Esta condição surge entre as semanas 28 e 32 da gestação e pode continuar até depois do parto. Assim como as outras condições, pode ser detectada com exames dermatológicos e tratada com corticoides tópicos ou por via oral.

O herpes gestacional pode provocar um atraso no crescimento do feto, partos prematuros e fazer com que o bebê nasça com uma pequena erupção que desaparece após umas semanas.

Coceira na gravidez: causas e recomendações - Herpes gestacional
Imagem: sandyflann.com

Foliculite na gravidez

Com lesões semelhantes a acne, esta condição costuma se manifestar no segundo trimestre da gravidez, provocando coceira e incômodo. As suas causas são desconhecidas, porém não afeta o feto e desaparece depois do parto.

Apesar disso, a foliculite na gravidez pode ser tratada com o uso de corticoides tópicos se a coceira for muito severa.

Colestase intra-hepática

A colestase intra-hepática é uma das causas da coceira na gravidez, embora seja muito menos comum do que todas as condições anteriores. É um problema que se manifesta no terceiro trimestre da gestação e é caracterizada pela coceira entre as palmas das mãos e nas plantas dos pés para mais tarde se estender até aos braços, pernas e rosto. Quando a futura mãe se coça, podem surgir lesões como consequência, fazendo com que a condição seja visível e incômoda. Além disso, pode surgir uma coloração amarela na pele.

Esta condição surge quando a bílis deixa de fluir adequadamente até aos intestinos para digerir os alimentos graças ao aumento de estrógenos. Isso faz com que os sais da bílis se acumulem no sangue, provocando esta patologia. Uma simples analítica de sangue é suficiente para diagnosticar o problema e o tratamento deve ser recomendado pelo especialista em função de cada caso específico.

A importância de consultar o seu médico

A coceira durante a gravidez é uma condição que se apresenta frequentemente e que, se não é acompanhada de lesões ou outros sintomas, pode ser tratada facilmente com uma hidratação correta e cuidados redobrados com a pele. Contudo, quando se trata de uma coceira incontrolável ou quando surgem marcas ou lesões, você deve consultar um médico para descartar qualquer uma das condições indicadas anteriormente e aplicar um tratamento adequado.

Este artigo é meramente informativo, no ONsalus.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos médicos nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Convidamos você a recorrer a um médico no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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2 comentários
Diane
É possível engravidar e seguida depois de fazer tratamento para ovário policístico?
Karine
Minha irmã engravidou logo após o tratamento.
A sua avaliação:
Angela Lacerda
Amei a matéria, aliviou minha preocupação e respondeu todas minhas dúvidas. Show!!
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