Saúde sexual da mulher

Ausência de corrimento vaginal - O que pode significar?

 
Magce Bonilla
Por Magce Bonilla, Química. 25 outubro 2023
Ausência de corrimento vaginal - O que pode significar?

A ausência de corrimento vaginal se deve a uma diminuição das secreções geradas no trato genital feminino, especificamente no colo do útero, na vagina e na vulva. Cada uma dessas áreas produz fluidos necessários para transportar os espermatozoides durante a fertilização e para regular a umidade e a lubrificação em cada uma dessas partes.

A secura vaginal pode ocorrer por várias razões ligadas a certas condições orgânicas, físicas e psicológicas, que podem ocorrer durante o período fértil da mulher até depois dos 60 anos. Neste artigo do ONsalus, explicamos o que significa a ausência de corrimento vaginal.

Índice

  1. Redução dos níveis de estrogênio
  2. Gravidez e amamentação
  3. Menopausa
  4. Vaginite atrófica
  5. Medicamentos
  6. Diabetes
  7. Síndrome de Sjögren
  8. Estresse
  9. Tabagismo

Redução dos níveis de estrogênio

A falta ou diminuição de estrogênio é uma das causas orgânicas mais comuns de secura vaginal.

Em relação a isso, durante o ciclo menstrual, a quantidade e a viscosidade da mucosa vaginal variam significativamente devido à oscilação na produção desses hormônios, principalmente o estrogênio, produzido na fase de maturação do óvulo, pouco antes de ser liberado pelo ovário. Por esse motivo, a lubrificação é consideravelmente reduzida durante o período menstrual.

Gravidez e amamentação

Durante a gravidez e a amamentação, é comum a ausência de corrimento vaginal, pois o sistema hormonal é alterado, produzindo menos estrogênio e, consequentemente, uma redução na lubrificação vaginal.

Da mesma forma, as mulheres que amamentam apresentam baixos níveis de estradiol devido à secreção de prolactina, o que leva à inibição da produção de estrogênio, afetando também a hidratação vaginal.

Entretanto, quando a menstruação retorna e os níveis hormonais começam a se equilibrar, a secura vaginal desaparece.

Menopausa

Durante a menopausa, as mulheres também tendem a apresentar ausência ou falta de corrimento vaginal, pois durante esse período a função ovariana suprime sua atividade e a produção de estrogênio diminui significativamente.

Nesse contexto, a área vaginal das mulheres durante a menopausa passa por mudanças consideráveis, a parede enfraquece, a flora vaginal é perdida, o pH muda e as glândulas vaginais se contraem, reduzindo a lubrificação e levando à secura vaginal.

Vaginite atrófica

A vaginite atrófica é uma inflamação dos tecidos da vagina causada por baixos níveis de estrogênio no corpo. As mulheres após a menopausa sofrem geralmente com essa condição. É muito comum que o equilíbrio químico da vagina seja alterado, enfraquecendo a parede vaginal e causando ressecamento em toda a área íntima.

Essa situação torna a relação sexual muito dolorosa e causa desconforto urinário, como ardência e micção recorrente, pois a lubrificação diminui consideravelmente.

Entretanto, essa condição também pode ocorrer após a remoção cirúrgica dos ovários, radioterapia e quimioterapia.

Medicamentos

Certos medicamentos, como anti-histamínicos, antidepressivos, pílulas anticoncepcionais ou medicamentos usados no tratamento de câncer de mama, ovário ou útero, podem causar ausência de corrimento vaginal como efeito colateral.

Ocasionalmente, alguns medicamentos, como os anticoncepcionais, podem causar pequenas oscilações nos níveis hormonais e um desequilíbrio na proporção de estrogênio e progesterona, levando à secura vaginal.

Da mesma forma, os medicamentos para resfriado e alergia tendem a causar secura vaginal ao contrair os vasos sanguíneos para diminuir a umidade e minimizar o muco em todo o corpo, inclusive na vagina.

Diabetes

Diabetes é uma doença ligada a uma alta concentração de glicose no sangue. É uma patologia de cuidado, que deve ser tratada adequadamente, pois muitas vezes danifica os vasos sanguíneos e os nervos.

Nas mulheres, quando os níveis de glicose no sangue não são controlados adequadamente, algumas partes do corpo são danificadas, inclusive os órgãos genitais, levando a problemas sexuais e urinários.

Nesse sentido, a doença pode causar danos aos nervos e diminuição do fluxo sanguíneo para os órgãos genitais em algumas mulheres, afetando a lubrificação adequada da vagina, principalmente durante a estimulação sexual. Isso leva a encontros sexuais desconfortáveis e dolorosos devido à ausência de corrimento vaginal.

Síndrome de Sjögren

A síndrome de Sjögren é um distúrbio do sistema imunológico, no qual ele ataca erroneamente as células e os tecidos do corpo humano. Sua causa não está definida, mas certas infecções por vírus ou cepas bacterianas podem desencadear a doença.

A síndrome ataca as membranas mucosas e as glândulas produtoras de umidade nos olhos e na boca, levando a menos saliva e lágrimas.

Além disso, as mulheres com essa condição geralmente apresentam secura vaginal, dor durante a relação sexual e maior probabilidade de infecções ginecológicas devido ao inchaço das glândulas vaginais.

Estresse

Episódios recorrentes de estresse normalmente geram um aumento de cortisol no sangue e um desequilíbrio na secreção do hormônio epinefrina, que interfere no ciclo normal de resposta sexual do corpo, afetando a hidratação vaginal.

Em resposta a isso, as mulheres, com altos níveis de estresse no seu dia a dia, podem manifestar rapidamente tensão na região pélvica e sentir muita dor, além de apresentar alterações no corrimento vaginal, diminuindo significativamente, principalmente durante a relação sexual.

Tabagismo

O tabagismo afeta significativamente a produção de óxido nítrico, que dilata os vasos sanguíneos no corpo humano. Isso interfere na sensibilidade sexual, especialmente nas mulheres, pois a libido diminui facilmente e o corrimento vaginal é reduzido.

As substâncias químicas contidas no tabaco afetam o desejo sexual porque interferem nos neurotransmissores, moléculas decisivas na transferência de estímulos nervosos.

Este artigo é meramente informativo, no ONsalus.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos médicos nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Convidamos você a recorrer a um médico no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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Bibliografia
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